A metodologia que uso atualmente para dar um preço ao serviço é simples e direta, porém neste artigo queria muito compartilhar com vocês a minha primeira experiência desenvolvendo um projeto e cobrando por ele (se não quiser ler essa historinha, é so rolar a página pra baixo e ir direto ao ponto 😉

Meu primeiro serviço remunerado

Na faixa dos 15 anos já estava familiarizado com linguagens de programação (principalmente Web) porque garimpava muito em sites lendo artigos, tutoriais e as famosas apostilas. Ia no trabalho do meu pai aos sábados, onde tinha conexão com a Internet, lotava os disquetes (sim…disquetes com incríveis 1,4Mb de capacidade) e passava a semana lendo o conteúdo e testando no computador em casa que na época demorou um pouco pra ganhar acesso à WWW =D

Decidi então procurar um trabalho que me pagasse, onde eu pudesse juntar o útil ao agradável, afinal de contas programar e criar sistemas Web era uma grande diversão para mim. Fui fazendo fóruns, chats e outros pequenos sistemas, disponibilizando-os em servidores gratuitos para que fossem acessíveis e vistos pelo mundo. Comecei então a enviar para várias agências da minha cidade (Campinas/SP) uma espécie de currículo onde aglomerei todo meu conhecimento adquirido e os “incríveis” sistemas que havia criado, oferecendo-me para trabalhos freelance.

Algumas pessoas responderam, e acho que de uns 18 contatos 2 se concretizaram e viraram trabalho de fato. Um deles veio a se tornar basicamente meu “mentor” e me ajudou muito a crescer profissionalmente: o nome dele é Marcio Araújo. Ele tinha uma empresa de desenvolvimento Web e foi me passando muitos jobs freela ao longo dos anos. Porém o ponto de “ataque” deste artigo foi o outro contratante que acabou me pedindo para fazer um sistema de atendimento online, com operadores e vários atendimentos simultâneos (estavamos em meados de 2000 pra 2001). Ao final do serviço me perguntou quanto custava meu trabalho: respondi que não sabia bem, pois não tinha experiência neste ramo e seria complicado dar um preço assim de bate pronto. Ele escreveu um cheque e aí perguntou: “Esse valor está bom?”. Respondi que sim e peguei feliz da vida um cheque de R$ 180,00. Não me levem a mal, não posso falar nada afinal foi meu primeiro pagamento, mas vocês acham que isso foi uma atitude de boa fé? O sistema estava funcionando 100%, exatamente como ele queria…ele estava neste mercado a bem mais tempo que eu e sabia que não valia somente R$ 180,00…

Retratei isso, para que nos tenhamos a noção de que o cliente sempre vai querer o menor preço. O menor mesmo! Temos que ser firmes e passar toda a confiança possível na hora de apresentar o custo do nosso serviço ou produto. Se você demonstrar a mínima fraqueza na frente do cliente, ele te engole sem dó nem piedade. Não vou dizer que depois deste episódio eu fiquei super esperto e nunca mais cometi erros do gênero. Acabei levando vários tombos futuros para aprender a dar valor ao meu trabalho. Aprendi a fazer propostas comerciais (lembra do Márcio Araújo? pois é…aprendi essa técnica da proposta com ele) e sempre que trabalhei desta forma me dei bem, mas quando por falta de tempo ou relaxo eu fazia um contrato boca-a-boca, so me f******. Planeje sempre, tenha tudo documentado e você com certeza fechará um negócio bom para si e para seu cliente.

Afinal de contas, como mensurar e cobrar pelo meu serviço?

Calcule o preço base usando horas trabalhadas e estipule quantas horas por dia você irá reservar para este serviço em questão. Atualmente tenho uma base de R$ 150,00/hora e um site institucional padrão (Home, Quem Somos, Serviços, Localização e Contato) fica dividido em:

  • 10 horas para planejamento, levantamento da marca e requisitos
  • 10 horas para layout (3 dias úteis considerando 4 horas por dia trabalhado)
  • 20 horas para programação com sistema de gerenciamento

Este site sairia aproximadamente R$ 4.500,00. Obviamente dependendo da complexidade e do tamanho da empresa, você precisará estudar por mais tempo sua marca, seus clientes e o público-alvo que ela deseja alcançar. Então vamos considerar que para um site padrão o preço base seria realmente R$ 4.500,00…tem gente que faz por menos: ja vi gente fazendo por R$ 300,00 =/ Não acho isso sério, ou são pessoas que simplesmente se enquadram na minha historia acima.

Esta técnica de cálculo de horas não deu certo e ficou muito barato, o que fazer?

Partindo do preço base que você calculou pelas horas trabalhadas, faça uma pesquisa de mercado e veja em média quanto se cobra com este serviço. Faça um balanço deste preço base e feche um preço justo/competitivo tendo agora a comparação da concorrência.

E o custo da água, luz, telefone, aluguel?

Se você quiser embutir estes custos, fique à vontade, porém na minha experiência isto não será um fato para um profissional freelance que pode usar virtualmente qualquer lugar para trabalhar. Seguindo esta lógica, se eu parar pra trabalhar no Starbucks e tomar um café, vou incluir o preço da gasolina e da minha bebida no projeto do cliente? Particularmente não gosto desta abordagem, mas se você achar justo quem sou eu pra julgar 😉

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